quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"Vós sois o sal da terra"

Há algum tempo desde que eu escrevei alguma coisa no blog, mas agora estou estudando uma obra portuguesa que achei interessante. A obra é "Sermão do Santo António aos peixes" do Padre Antonio Vieira, uma obra literária do Barroco português.

O sermão inspira-se na lenda medieval segundo a qual Santo António, numa das pergações destinadas a emendar o comportamente dos homens, decide falar aos peixes ao constatar que os homens não lhe prestam atenção. Compreensivos e atentos, os peixes levantam as cabeças à superfície das àguas comprovando a força da palavra do santo.

António Vieira imitá-lo-á visto que tambén não é ouvido pelos colonos do Maranhão que exploram os ameríndios e os escravos negros; à semelhança do santo que tanto venera, falará aos "peixes"- alegoria dos colonos. Deste modo pode criticá-los sem temer represálias.

Construindo o sermão sobe a forma de alegoria, Vieira faz considerações sobre virtudes e vícios humanos. Esta oratória apresenta uma fina ironia e forte sátira assim como uma exuberante linguagem barroca, rica de sugestões alegóricas e de recursos estilísticos.

Os colonos exploravam de forma desumana os índios. Eram homens sem escrúpulos que enriqueciam à custa do suor e do sangue dos pobres índios. Vieira defendia os seus direitos e pretendia a abolição de leis que os tornavam cativos. A palavra era a sua maior arma.

O tema do sermão é, então, a denúncia das atrocidades que os índios sofrem às mãos dos sanguinários colonos. Toda a crítica é feita sobe a forma de alegoria na qual os peixes simbolizam os vícios dos homens.

Critica a prepotência dos grandes, que, como peixes, vivem do sacrifício de muitos pequenos, os quais "engolem" e "devoram". O objetivo são os colonos do Maranhão, que no Brasil são grandes, mas em Portugal "acham outros maiores que os comam, também a eles".

Importância da obra no contexto histórico e literário

Para a literatura, sua importância foi fundamental. Vieira fixou a prosa na língua portuguesa nos mesmos padrões de relização artísitica que Camões fixou a poesia, transofrmando-se num clássico da língua. Mas também foi importante para a sociedade porque ele defendeu aos índios como o sermão. Através da sátira pretendia levar os colonos à reflexão sobre a exploração desumana que exerciam sobre os índios, sem ter em conta a lei que lhes regulava as liberdades e as restrições.

Pretende agitar as consciências (abris os olhos) e evitar o mal e preservar o bem (o mal que tenta salgar).

Eu acho que é uma obra muito interesante porque utiliza a sátira e a ironía para conseguer os seu propósito: defender aos indios e Vieira faz de forma inteligente.

(Meninas! Quando acabe os meus exames irei para Lisboa com os meus colegas da turma!Estou muito emocionada porque no estive nunca! Quando volva farei uma entrada com fotos e contarei a experiência! :) Beijinhos)

2 comentários:

Gema disse...

Olá meninas!! quanto tempo sem escrever em português! sem falar não faz tanto! (a canção de Michel Teló: moça, moça, assim você me mata; fica na minha cabeça sempre!! hahahahaha)
Laury! estou ansiosa para ás notícias do viagem a Lisboa!! tenho certeza que vai ser brilhante!!
Beijinhos desde Cáceres! :D

Gema :)

Lorena disse...

Olá! Parabéns, Laura, o teu português está muito bem! E até o da Gema! Foi uma grande surpresa encontrar esta entrada no blogue... eu que estava a pensar em o apagar!
Aproveito o comentário para contar-vos que volto a Moraleja para o ano, esta vez é de vez! EStou muito contente, espero encontrar alunos como vocês, que me enchem de orgulho; embora tenha de partilhar o mérito com alguns professores mais :-)
Boa sorte. Um abraço