segunda-feira, 27 de abril de 2009

35 anos de liberdade


Mulher grávida participa da comemoração do 35º aniversário da Revolução dos Cravos, em Lisboa, neste sábado (25). Em 1974, a revolução levou ao fim a ditadura então encabeçada por Marcelo Caetano. (Foto: Reuters)

Pouco após a meia-noite de 25 de abril de 1974 começou a soar na emissora católica de Lisboa a música até então proibida "Grândola Vila Morena". Era o sinal combinado para o início do levante militar em Portugal.

Antes da revolução, era rara em Portugal a família que não tivesse alguém combatendo nas guerras das colônias na África, o serviço militar durava quatro anos, opiniões contra o regime e contra a guerra eram severamente reprimidas pela censura e pela polícia.
Antes de abril de 1974, os partidos e movimentos políticos estavam proibidos, as prisões políticas estavam cheias, os líderes oposicionistas estavam exilados, os sindicatos eram fortemente controlados, a greve era proibida, as demissões fáceis e a vida cultural estritamente vigiada.
A liberdade em Portugal começou com a transmissão, pelo rádio, de uma música até então proibida. Os cravos enfiados pela população nas espingardas dos soldados acabaram virando o símbolo da revolução, que encerrou, ao mesmo tempo, 48 anos de ditadura fascista e 13 anos de guerra nas colônias africanas.

Em apenas algumas horas, as Forças Armadas ocuparam locais estratégicos em todo o país. Ao clarear, multidões já cercavam as emissoras de rádio à espera de notícias. A operação, calculada minuciosamente, havia pego o regime de surpresa. Acuado pelo povo e pelos militares, o sucessor de Salazar, Caetano Marcelo, transmitiu sua renúncia por telefone ao líder dos golpistas, general António de Spínola.
Transportado de tanque ao aeroporto de Lisboa, Marcelo embarcou para o exílio no Brasil. Em quase 18 horas, havia sido derrubada a mais antiga ditadura fascista no mundo.

Não houve acerto de contas
Artistas, políticos e desertores começaram a retornar do exílio. As colônias receberam a independência. A caça às bruxas aos responsáveis pela ditadura acabou não acontecendo e as dívidas do governo anterior foram todas pagas. Os únicos a oferecer resistência foram os agentes da polícia política. Três pessoas morreram no conflito pela tomada de seu quartel-general.
Ao voltar do exílio em Paris, Mário Soares, o dissidente mais popular do governo Salazar, foi recebido por milhares de pessoas na estação ferroviária de Lisboa. Cravos vermelhos foram jogados de helicóptero sobre a cidade e só se ouvia a famosa canção Grândola, vila morena, entrementes hino da revolução.

Em 1974, Portugal era um país atrasado, isolado na comunidade internacional, embora fizesse parte da ONU e da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Era o último país europeu a manter colônias e vinha travando uma longa guerra contra a libertação de Angola, Moçambique e Guiné. O regime de Salazar, iniciado em 1926, havia conseguido manter-se através da repressão e fora tolerado pelos países vencedores da Segunda Guerra Mundial.

Golpe militar vira festa revolucionária
A 1º de maio, a esquerda, fortemente engajada, mostrou sua força em Lisboa, enquanto trabalhadores rurais do Alentejo expulsavam latifundiários e banqueiros eram desapropriados.
A esquerda europeia viu em Lisboa um palco ideal para os movimentos frustrados de 68. A pacata e católica população portuguesa, por seu lado, sentiu-se ignorada e, a partir do norte conservador, iniciou um movimento contra os extremistas.
Em 1975, aconteceu a dupla tentativa de golpe, da esquerda e da direita, contra o governo socialista, levando Portugal à beira da guerra civil. A ala militar extremista de esquerda obteve o domínio da situação em novembro de 1975. Após as eleições do ano seguinte, o general António Ramalho Eanes foi eleito presidente.
O Partido Socialista, com Mário Soares, assumiu um governo minoritário. A crise econômica o levou à renúncia em 1978. Entre 1979 e 1980, o país teve cinco primeiros-ministros. Em 1985, o governo foi assumido por Aníbal Cavaco Silva e Mário Soares tornou-se presidente no ano seguinte. Também em 1986, Portugal ingressou na então Comunidade Econômica Europeia, hoje União Europeia.

Barbara Fischer (rw)






segunda-feira, 20 de abril de 2009

25 de abril SEMPRE!


Para uns parece que foi ontem, para outros há muito tempo, e ainda para outros... não é do seu tempo!

Já lá vão 35 anos e o 25 de Abril é ainda sinónimo da liberdade que se vive hoje e que marca o maior período livre e sem censura da história portuguesa.

Lembrar esse tempo é também rever as imagens e os sons que fizeram história, como este vídeo dos comentários dos jornalistas daquele dia:













  • Nos tempos da ditadura havia agentes da PIDE (polícia internacional e de defesa do estado) que em qualquer lugar podiam escutar e denunciar todos os que mostrassem ideias contrárias às do governo de Salazar.



  • A censura era exercida sobre todos os assuntos



  • Quando os agentes da PIDE queriam "arrancar" uma confissão aplicavam torturas físicas e psicológicas aos pressos



Também conhecida como REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, a Revolução do 25 de abril decretou o fim da ditadura do Estado Novo.
Foi pensada, programada e levada a cabo por um grupo de militares descontentes com o regime e a situação militar resultante da guerra colonial.
Estes militares, na sua maioria Capitães, uniram-se no chamado Movimento das Forças Armadas (MFA) e na madrugada do dia 25 tomaram os principais pontos estratégicos da capital.
Na tarde desse mesmo dia o presidente do conselho Marcelo Caetano rendeu-se no quartel do Carmo cercado pelos carros de combate do capitão Salgueiro Maia




A população apoiou desde o primeiro minuto o MFA, facto que se tornou decisivo para a vitória do movimento. O povo percebeu que os capitães tinham a vontade de restaurar liberdades há muito perdidas e enterrar um regime podre e caduco. Com a revolução dos cravos regressam as liberdades de opinião, expressão e imprensa.



Ao fim de 48 anos de ditadura a liberdade chegou. Portugal tornou-se um país de muitos partidos: os pressos políticos são libertados, os opositores do regime regressam a Portugal. E depois de muito esforço criou-se a Primeira Constituição democrática e tiveram lugar as primeiras eleições em 1976



Ficaram para a memória a música-senha de José Afonso -Grândola Vila Morena- e a literatura de autores como Manuel Alegre. Hoje quero trazer a esta entrada o poema 25 de Abril, de Sophia de Mello Breyner (1919-2004):



Esta é a madrugada que eu esperava



O dia inicial inteiro e limpo



Onde emergimos da noite e do silêncio



E livres habitamos a substância do tempo.








Caros alunos, durante a semana e como Comemoração ao 35º aniversário da REVOLUÇÃO DOS CRAVOS vamos tratar o tema. Na Sexta-Feira veremos o filme Capitães de Abril.


Para iniciar-se na história portuguesa podem ver o Vídeo do Blog-roll. Perceberam alguma coisa??


Para a semana espero os seus trabalhos. Imagino que com esta informação toda não deviam ter problema...


No entanto, para demonstrar o que já sabem respondam nos comentários a estas perguntas:




  1. Qual o herói popular da Revolução dos CRavos?


  2. O que é o Estado Novo?


  3. Como começou a revolução do 25 de abril?


  4. Quem ficou encarregado do governo após à saída do país de Marcelo Caetano?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Diz que é uma espécie de Magazine...

Ontem a professora de Matemática Maria, boa e fiel conhecedora da Cultura Portuguesa, a falar de música, lembrou-se do Tiago Bettencourt, cantor da banda portuguesa TORANJA, que no ano 2003 lançou o seu primeiro disco, com músicas de grande sucesso como Carta. Isto repetiu-se com o segundo disco, em 2005, mas a banda finalmente parou de trabalhar de maneira indeterminada em Dezembro de 2006.

Apesar disto, e aproveitando que o vocalista participou numa paródia no espaço televisivo Diz que é uma espécie de Magazine... do grupo cómico Gato Fedorento (do qual já ouviram falar) , coloco este vídeo dedicado à Maria. Espero que gostes ;-)


Gostaram? lol

Mas não se iludam... isto não é só para se divertir...!
*Repararam que a música está legendada, não repararam? Bem, não há entrada no blogue sem trabalho... por isso, em comentário, quero o seguinte:
  1. Encontre os sinónimos das palavras: bonitos, inteligentes
  2. Traduza as palavras: máximos, garganeiro, estafermo
  3. Encontre em espanhol um equivalente às expressões:
  • areia demais para a minha camioneta
  • não chegas aos calcanhares da tua amiga
  • não ando aos caixotes, tenho um mínimo de padrões
  • não tenho é pachorra para perder tempo
  • trouxe uma miúda do meu campeonato

*O apresentador (não legendado) fez referência à mulher que gostou com outra palavra diferente de miuda, qual foi? E para falar do masculino... qual a palavra que o cantor usa?

Para responder às questões podem usar os recursos disponíveis no wikispace

BOA SORTE!